O surgimento dos navegadores de IA: como Comet e ChatGPT Atlas estão redefinindo a navegação web
O lançamento do Comet (Perplexity AI)
A navegação web vive um momento de transformação. Até agora, abrir abas, digitar buscas e alternar entre diferentes guias era o padrão. Mas surgem novos navegadores baseados em inteligência artificial que prometem ir além da visualização de páginas: eles querem ler, interpretar e agir por você. Esse movimento abre portas para quem trabalha com automações e No Code, especialmente em ambientes onde agentes de IA ganham protagonismo. É hora de repensar o papel do navegador e como ele se insere na rotina de criação digital, pesquisa e produtividade.
Comet foi apresentado em julho de 2025 como o navegador da Perplexity AI totalmente construído com base em inteligência artificial. Ele é desenvolvido sobre o motor Chromium, o que garante compatibilidade com extensões e uma experiência familiar para quem já usa Chrome ou Edge. A proposta principal do Comet vai além de abrir páginas: o assistente embutido lê o conteúdo exibido, resume textos, lida com e-mails, calendários e até interage em nome do usuário para automatizar tarefas. Nos primeiros meses após o lançamento, a Perplexity anunciou planos de parcerias para pré-instalação em smartphones, sinalizando o avanço do conceito de navegador inteligente. Para o universo No Code e das automações, o Comet representa uma nova fronteira: um ambiente em que fluxos e agentes não dependem mais apenas de aplicativos externos, mas interagem diretamente com o comportamento do usuário durante a navegação.
O lançamento do ChatGPT Atlas (OpenAI)
Em outubro de 2025, a OpenAI apresentou o ChatGPT Atlas, inicialmente para macOS, com versões para outras plataformas em desenvolvimento. A proposta é integrar o ChatGPT diretamente no navegador, permitindo que o usuário interaja com qualquer página da web em tempo real. O Atlas inclui uma barra lateral conversacional que possibilita pedir resumos, comparações e análises de dados sem sair da guia. Seu diferencial é o “modo agente”, capaz de executar tarefas completas, como realizar pesquisas, compras, preenchimento de formulários e até interações em sites de forma autônoma. Para quem cria produtos e automações, o Atlas traz uma nova perspectiva: o navegador deixa de ser apenas um local de execução e passa a ser uma extensão do próprio agente de IA. Isso aproxima o ambiente de trabalho do usuário da lógica das automações visuais, onde tudo é contextual e responsivo.
O que vem no futuro
Estamos entrando em uma nova era da navegação web, em que o navegador deixa de ser apenas um portal de acesso a páginas e passa a funcionar como um ambiente ativo de ação e automação.
O primeiro ponto é a nova camada de execução. Navegadores como Comet e ChatGPT Atlas não se limitam a exibir resultados, mas integram agentes de IA capazes de agir diretamente no contexto da navegação. Eles podem preencher formulários, realizar compras, resumir conteúdos ou gerar relatórios sem que o usuário precise alternar entre abas. Para quem trabalha com No Code e automações, isso representa uma mudança profunda: os fluxos lógicos e agentes deixam de estar escondidos em backends e passam a existir na própria experiência de navegação, de forma transparente e imediata.
O segundo ponto é a disputa por modelos abertos e fechados. Esses novos navegadores estão desafiando o domínio de plataformas como Chrome e Safari, e isso deve acelerar transformações em compatibilidade, privacidade e integração. A tendência é que o navegador se torne um ecossistema onde extensões, fluxos e agentes coexistam. Para a comunidade No Code, esse cenário abre oportunidades para criar automações e integrações que operem diretamente no ambiente do usuário, com lógica visual e personalização nativa.
O terceiro ponto é a questão da privacidade e do consentimento. Com agentes cada vez mais integrados à rotina digital, cresce a importância de garantir transparência e controle sobre o que é coletado e executado. O sucesso desses navegadores dependerá da confiança que o público deposita neles. Criadores de automações precisarão incorporar práticas claras de opt-in, relatórios de uso e mecanismos de auditoria para manter a segurança e o respeito ao usuário.
Por fim, surge o potencial para novos modelos de produto. Quando o navegador se torna a plataforma principal de execução de agentes, a monetização se reinventa. É provável que vejamos assinaturas com recursos avançados de automação, marketplaces de extensões inteligentes e integrações nativas entre navegadores e ferramentas No Code. O mercado de navegadores com IA ainda está nos primeiros passos, mas é nele que será definido o modo como interagimos com a web nos próximos anos.
Em resumo, o futuro não é apenas um navegador mais inteligente. É uma web em que o navegador se torna o centro da automação pessoal, integrando ações, dados e contexto em tempo real. Para quem cria produtos, agentes e fluxos No Code, isso significa pensar a automação não como algo que roda por trás da interface, mas como parte viva da própria navegação.